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Para Thiago de Mello
 

No escuro poetizo-me, Thiago

Enxergo apenas o velado da pálpebra

E a inspiração vela o luto de Mello

 

Vi a notícia, um mórbido afago

Reli Estatuto de quebra

Espraiar-me no já perdido elo


Assanha-me sempre o que leio de ti

Qual passarinhaço em arvoredo

Comungando flor e bem-te-vi

És o poeta, escapaste-me entre os dedos

(tão cedo!)

Ana Luiza Apgaua

Belo Horizonte/Janeiro de 2022

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